2009/02/18

O mar em poesia


Agora o Silêncio e Mar sem Ondas

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

e que nele posso navegar sem rumo,

não respondas
às urgentes perguntas
que te fiz.
Deixa-me ser feliz
assim,
já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer enquanto

o nosso amordurou.

Mas o tempo passou,

há calmaria...

Não perturbes a paz que me foi dada.

Ouvir de novo a tua voz seria

matar a sede com água salgada...


Miguel Torga

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